Mulheres e a síndrome da impostora
Outro dia assisti um TEDx Talks em que a queridíssima Rafa Brittes fala um pouco sobre a síndrome da impostora e como isso a afetou. O relato dela me inspirou a escrever esse texto.
A síndrome da impostora é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. Não se trata de uma desordem psicológica reconhecida oficialmente, mas ela tem sido o assunto principal de vários livros e ensaios por psicólogos e educadores.
As pessoas que sofrem deste tipo de síndrome, de forma permanente, temporária ou frequente, parecem incapazes de internalizar os seus feitos na vida. Não importando o nível de sucesso alcançado em sua área de estudo ou trabalho, ou quaisquer que sejam as provas externas de suas competências, essas pessoas permanecem convencidas de que não merecem o sucesso alcançado e que de fato são meras fraudes.
A síndrome não faz distinção de gênero, qualquer pessoa pode sofrer com ela, mas há estudos que mostram que a síndrome é mais comum entre mulheres, principalmente aquelas que ocupam profissões tipicamente predominadas por homens.
Muitas vezes, dominadas pelo medo de ser uma fraude, nós mulheres, nos sabotamos.
Quantas vezes você, — mulher inteligente, maravilhosa, competente, um exemplo a ser seguido — se sentiu pequena, incompetente diante das pessoas ao seu redor?
Eu, muitas.
Muitas de nós hoje estão em cargos executivos, tem uma carreira brilhante, é muito competente no que faz, mas sempre vem aquela vozinha chata dizer: “ Amiga, para com isso aí, as pessoas vão descobrir que você é uma farsa, você não sabe o que está fazendo!”
Quando cito o exemplo acima, algumas mulheres podem pensar: “ Se a executiva não se sente capaz, imagina eu, analista, estagiária, trainee, estudante, do lar.”
A síndrome da impostora tem um efeito muito peculiar sobre as pessoas, ela paralisa. Quando paralisamos, estamos dizendo para nós mesmas e para as pessoas ao redor, que acreditamos no que o medo e a insegurança estão dizendo, que realmente não somos capazes. E com isso, podemos desencadear outros problemas, como baixa auto-estima, alta frustração e em alguns casos, depressão.
Você pode estar se perguntando: “ Mas como eu lido com isso?”
Na minha opinião, a melhor forma de lidar com a síndrome da impostora é tomando consciência de como ela age em você, observando quais são seus gatilhos.
Uma vez que você descobre os gatilhos, fica mais fácil ter um plano de ação. Mas vou deixar algumas dicas do que funciona comigo:
Dica 01: Tenha empatia por você mesma.
Pode parecer clichê, mas muitas mulheres sentem uma empatia imensa por outras pessoas, mas quando se trata dela, ela é cruel. Afinal, ninguém está na pele dela, se ela errar, é a vida dela que está na reta.
PARE!
Você tem todo direito de errar e tá tudo bem.
Dica 02: Acolha-se
Acolha seus pontos positivos e de melhoria. Busque entender o que está te fazendo sofrer, busque aceitar suas falhas e imperfeições.
Permita-se aprender com as próprias falhas.
Todos temos fraquezas e tá tudo bem.
Dica 03: Lembre-se de algo que você se orgulha de ter conquistado.
Quando lembramos de algo que conquistamos, lembramos também dos desafios e obstáculos que superamos para alcançar a conquista, isso nos faz sentir mais confiantes.
Dica 04: Viva o presente
Muitas vezes esquecemos do aqui e agora. Ou estamos presas no passado ou estamos olhando demais para o futuro. Não é saudável!
Foque no que você é hoje, seja grata pelos desafios superados que te trouxeram até aqui, pense no futuro, mas não permita que ele te roube o presente.
Dica 05: Você não está sozinha!
Por último, mas não menos importante: Você não está sozinha!
Sempre que estiver se sentindo impostora, converse com uma amiga, tenho certeza que ela estará disposta a te ajudar.
Vamos juntas ❤